segunda-feira, 24 de maio de 2010

O amor depois dos 20

Há quem diga que para tal universalidade e infinitude não poderá constituir a idade qualquer óbice.
Suponho que nesse âmbito falemos sobretudo da essência da matéria que, em todo o caso, jamais mudará, pesem as tentativas constantes de a automatizar, industrializar ou mesmo plastificar. Ainda assim, a sua forma apresenta alguma volatilidade de ritmo e germinação, procedendo de estádios pessoais mais ou menos inflamáveis.
É com algum alívio mas, ao mesmo tempo, alguma apreensão que constato que já o amor depois dos 20 é muito menos impetuoso e estandardizado do que aquele que, na adolescência, parece ser movido por uma qualquer borbulha. Ainda assim, o resultado da sua combustão poderá (ou não), nesta realidade, ter mais impacto e sustentabilidade do que uma mera erupção cutânea. São penosos os caminhos da jovem experiência e da maturidade com que se paga o cair das vendas de uma candura primeira...
Que possa ter este amor maiores os seus alicerces e menos opacas as suas vendas, fundado numa robustez epidérmica de mais longas sensações e, de preferência, menos penosas cicatrizações. Que possa este amor ser mais um antes do que um depois. Que possam as formas, de todas as formas, deixar de importar. Que possa esta patetice naïf da passagem do tempo deixar de teimar em emoldurar o amor.

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