domingo, 12 de julho de 2009

Pólo a Pular

E reduz-se a inquietude da forma e do conteúdo, do fado e da virtude, aos dois monstros do pecado que repousam no íntimo do ser educado.
Se está fresco ou abafado, largo ou puxado, solto ou amarrado, branco ou torrado, perto ou apartado, aberto ou fechado, doente ou curado, ferido ou cicatrizado, amante ou amado.
Certo ou errado.
E já não se pode correr nesta linha simétrica, sem sombra de astúcia geométrica ou ponta de genialidade estética a apreciar.
Falta respirar no chão dos atalhos, a suar dos seus trabalhos, a entrar nos baralhos de outras cartas para jogar.
Falta mergulhar num outro edifício de cariz mais propício onde o custo/benefício seja melhor de pesar.
E então a satisfação de correr com paixão sem nenhum senão a temer, de buscar e emoção num qualquer garrafão onde se possa beber, trará a razão da perfeita ilusão que é continuar a escolher.... entre duas facções que já não têm pregões de que se valer...
O vazio pode ser um lugar preenchido em vez de um espaço por encher.
De lá é possível olhar sem um qualquer cisco que impeça de ver.
Quando o escuro invadir o céu e não houver cólo onde sentar, vou imaginar que também a estrela abandona o pólo e sai por aí, a pular.

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