segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Mea culpa

Eu não sei bem se a procura da culpa é uma tendência feminina ou se é uma tendência cristã ou se é uma tendência humana. Sei apenas que a assunção da culpa é uma mistura esquisita de masoquismo com responsabilidade. Uma espécie de mochila de campismo cheia de tralha que se leva às costas e que não nos deixa chegar a acampar, efectivamente, em lado nenhum.
Eu não sei bem se é a minha inteligência ou se é a minha burrice que me manda assinar os papéis deste negócio estúpido de compra e venda de acusações. Sei apenas que talvez haja delitos sem dono e arguidos sem rosto e processos prescritos sem sanções.
Eu não sei bem se a grande culpa é cometer um erro ou se o maior erro é culpar-se demais. Sei apenas que, por vezes, há um travo de insanidade na culpa. Um delírio feito de mentiras e temperado de certezas. Em que a consciência e a inconsciência são iguais.

3 comentários:

  1. « Mea culpa, mea maxima culpa »
    « O prazer da culpa, esse prazer gastronómico de demorar no corpo a dor que fomos capazes de causar. Ou o prazer mais rápido de sacudir a culpa sobre o corpo de outro. A culpa precisa sempre de corpo. Agora, pela primeira vez, preciso do teu corpo. »
    Inês Pedrosa - Fazes-me falta

    ***

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  2. [Índia]
    « - A culpa é apenas a forma do teu ego te levar a pensar que estás a fazer progressos morais. Não caias nessa, minha querida. »
    E. Gilbert

    Beijo doce*

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  3. :)

    Que dois grandes sorrisos me vieste arrancar...

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