Lá fora a chuva cai... e cá dentro talvez também.
Dizem que sou uma inocente. Uma romântica.
Presumo, pelo tom, que seja um defeito, uma afirmação do prejuízo do valor.
Sim, de facto, sou mesmo.
Tenho a inocência de acreditar nos outros e esperar deles o melhor. Beneficiar a dúvida até surgir o pior. Tenho a inocência de esperar sempre conseguir. E o romantismo de crer alcançar. Tenho a inocência de não virar as costas e fugir. E o romantismo de ter sempre mais alguma coisa para dar. Sou a inocente que diz sempre "bom dia" e ainda espera resposta. Aquela que não perde de vista o cume enquanto trepa a encosta. Sou a romântica que não se importa de passar por parva perante os idiotas. E que ri em surdina desse imenso país vazio de que são patriotas.
Os outros ainda julgam que nos fazem infelizes com o seu desdém, que nos magoam com o chico-espertismo da treta. E olham-nos de cima para baixo quando na verdade, voamos ao alto da leve consciência, como um cometa. Não pedem desejos se vêem uma estrela cadente porque preferem o facilitismo da descrença e se afundam num espírito decadente. Inocentes...
E escrevo na época em que se recorda um homem bom, inocente, que pregaram a uma cruz.
Como ele, todos os inocentes e românticos têm a missão de ressuscitar.
Amanhã o Sol vai brilhar.
Perdoa-me a mediocridade da afirmação:o único defeito desse teu texto é não ter sido escrito por mim. Revejo-me nele a 100%. Se o tivesse encontrado num livro, transcrevê-lo-ia para o meu blog. E dar-lhe-ia o título "Isto podia ter sido escrito por mim".
ResponderEliminarAinda bem que há alguém que consiga falar por nós.
C (luar)
pela primeira vez comento um texto teu sem ser nas nossas viagens, mas essa do romântica soou me a alguma coisa de familiar e pergunto me levas a mal? ofende-te?
ResponderEliminar