sexta-feira, 26 de junho de 2009

Heal the world, make it a better place

E depois dos escândalos, das excentricidades, da opulência, do refúgio... depois de o ter considerado de forma pejorativa como o homem mais racista do mundo... agora, depois disto tudo, quando a lenda não passa efectivamente disso mesmo, quando toda a gente aproveita para rogar que era bem feito para não se ter maltratado tanto... eu só me consigo lembrar destes versos que aprendi um dia adolescente numa aula de Inglês...
Heal the world
Make it a better place
For and for me
And the entire human race
There are people dying
If you care enough for the living
Make a better place for you and for me
Agora que uma boa parte do mundo está ainda acordado a acompanhar as notícias, enquanto uma parte menos informada ressona a todo o vapor, eu consigo compreender as lágrimas que se vão chorar, eu própria, surpreendentemente, me emociono ao constactar como é possível alguém que goste tão pouco de si próprio poder, ainda assim, dar tanto aos outros.
O ridículo do racismo que sempre lhe atribuí é hoje eu estar acordada até esta hora a pensar que, de facto, não havia qualquer hipocrisia nesse racismo, apenas alguma tristeza, por verificar, como o sei agora, que a única maneira de ser igual nesta vida ainda é ser branco também.
Tudo o resto é uma forma simpática de achar jeitosos os talentos de quem tem um espírito mais torrado.
Deste profundo amor pelos outros, na procura de um reconhecimento... (meu Deus, como toda a gente, como eu própria já não ansiei tantas vezes ser realmente vista) deste profundo talento para se dar, veio a obcessão de adoecer e o intuito superior de tratar...
Quando na imensa mansão alguém estava a morrer... compareceram todos os fãs, todos os sucessos, todo o amanhecer mais claro e mais longe de si.
Cá fora, ficou o que havia a salvar.
Depois de dormir um bocadinho... vou comprar um cd e treinar uns passos daqueles, para recordar.
Se depois ainda tiver tempo, sei que há um mundo para curar...

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