sábado, 14 de março de 2009

Final Feliz...?

E questiono o que se procura num final feliz.
Usemos as novelas como barómetro, nada como um bom melodrama televisivo comercial.
Dantes, a protagonista ultrapassava imensas barreiras, esquemas e enganos, oportunistas e estigmas familiares até, no último episódio, casar com o príncipe - o amor da sua vida.
Neste momento, a protagonista cede aos esquemas e enganos, tropeça nos estigmas familiares e casa com o oportunista. Posteriormente, ultrapassa imensas barreiras e finalmente, no último episódio, fica com o príncipe - o amor da sua vida. (Depois tratam dos papéis, não interessa.)
Começa a haver até enredos em que o oportunista se transforma em príncipe, em que a protagonista conta já com o apoio dos filhos para avalizar o príncipe, etc. Não importa que haja casamento no final, um divórcio pode até ser bem-vindo para apimentar o argumento, mas subsiste um denominador comum - ultrapassam-se barreiras, existem sempre esquemas e enganos, estigmas familiares, e ela fica sempre com o amor da sua vida.
(Ou, pelo menos, aquele que seria o amor da sua vida até à data do final das gravações. Se a história continuasse... não sabemos porque, se calhar, finais há muitos... e muitos nunca são felizes.)
Voltamos à história do caminho. Um final feliz será quando alguém encontra um caminho que sente ser o seu, que sente que deverá percorrer durante aquele sempre que é enquanto dura, enquanto ninguém vem destruir os cenários porque está na hora de gravar outra novela, enquanto se sente feliz.
Depois, certamente, ou não, haverá um novo final que, para bem da sua felicidade, não será feliz.
Como alguém diz, a vida é cheia de nuances e temos de aprender a viver connosco, com tudo o que de bom e de mau acontece, para ainda sermos capazes de nos proporcionar mais finais felizes até ao fim do campeonato. (Aqueles que vieram só ver a bola, são capazes de se perder.)

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