sexta-feira, 22 de maio de 2009

Polido Valente

Que bom que aparecem pessoas que odeio, que detesto, que bom que depois as veja, que me vejam e que as ame, que as adore.
Que bom que me dê aos outros, e que seja um desperdício, e que não valha a pena, e que seja tarde demais para eles mas ainda seja tempo para mim.
Que bom que não preciso de estar todos os dias feliz, nem todos os dias bonita, nem todos os dias limpa.
Que bom que nem sempre faz calor, e que nesses dias pode haver um abraço quente, e pode não haver e pode saber bem o frio.
Ainda bem que tropeçamos nas bestas, e tropeçamos outra vez e tropeçamos muitas vezes, e caímos sempre, e um dia damos um pontapé e outro dia levamos um e um dia já não caímos mas podemos sempre cair.
E que benditas sejam as lágrimas e as conversas e os telefonemas e os presentes que deixamos na sanita para quem não nos quer deixar ter uma vida aliviada.
E ainda bem que afinal pode acontecer o pior e pode haver continuação, e afinal não morremos e afinal sobrevivemos e afinal há gente boa.
E posso dizer asneiras e posso cheirar mal, e posso dar erros e posso ser imperfeita, e posso falhar, e posso viver tão bem assim.
...
E felizmente que, mesmo assim, sorrio, dou os bons dias, sei agradecer e tomo banho.
E estou aqui. E vou sendo melhor.

1 comentário: